“A Bruxa Arreganhadentes”

Reconto de “A Bruxa Arreganhadentes”

Era uma vez três irmãos que estavam a brincar no quintal. A mãe veio e disse aos filhos:
- Podem brincar mas não vão para o bosque porque anda por lá a rondar uma bruxa com dentes de ferro! – E o mais velho disse baixinho:
- Vamos até ao bosque espreitar. - O mais novo achava que a mãe tinha razão e disse:
- Não, não! A bruxa pode comer-nos!
Mas os outros continuaram a andar. E ele teve de os seguir.
Quando chegaram, encontraram uma casa feita de ossos. Bateram à porta e viram uma velha de noventa anos, que os convidou para dormir uma noite na sua casa.
À noite, quando a velha foi ver se estavam todos a dormir, perguntou baixinho:
-Está alguém acordado? Está alguém acordado? – O mais novo disse:
-Estou eu! Estou eu!
-O que foi? - perguntou a bruxa um pouco zangada.
-É que a minha mãe, antes de dormir, dá-me: ovos estrelados, figos secos e água numa peneira! - respondeu ele.
Enquanto a bruxa muito irritada foi buscar à cozinha o que o rapaz lhe tinha pedido, ele acordou os irmãos dizendo que tinham de se ir embora rapidamente.
Os irmãos fugiram de casa da bruxa, mas ela tinha-se escondido atrás da porta e correu a apanhá-los. O mais pequeno lançou um sabão mágico que se transformou numa montanha de sabão e a bruxa ficou com os olhos a arder e a deitar bolas pela boca.
A bruxa, furiosa, lançou um feitiço mau e destruiu a montanha de sabão. Como o mais novo ainda tinha o pente mágico lançou-o à bruxa. O pente transformou-se num monte de árvores, mas a bruxa não desistiu e usou os seus dentes de ferro. Mordeu, mordeu, mordeu, até arrancar todas as árvores e continuou a correr. Mas, ainda lhe restava um objecto mágico: a faca.
Então, lançou-a à bruxa e ela transformou-se num buraco enorme. A bruxa começou a tremer porque não podia fazer nada e disse:
- Enganaram-me mas nunca mais voltam aqui!!!!!

Taveiro
Paulo Rafael Pereira Balhau

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